Os Correios assinaram nesta sexta-feira, 26, um empréstimo de R$ 12 bilhões com Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e Banco do Brasil. O recurso, garantido pelo Tesouro Nacional, deve ser liberado até terça, 30, para quitar obrigações urgentes, como salários atrasados e precatórios.
A transação, oficializada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), possui um prazo de pagamento de 15 anos, com vencimento previsto para 2040. O crédito é peça-chave na gestão de Emmanoel Rondon, que assumiu a presidência da estatal em setembro com a missão de reverter o prejuízo financeiro.
Plano de reestruturação
A concessão do montante está estritamente vinculada a um rigoroso plano de reestruturação. O objetivo do governo federal é que a empresa volte a registrar lucro em 2027. Para isso, as medidas anunciadas incluem:
Corte de pessoal: Lançamento de um programa de demissão voluntária para 15 mil funcionários (10 mil em 2026 e 5 mil em 2027).
Redução de agências: Fechamento de 1.000 unidades dos Correios em todo o país.
Privatização parcial: Estabelecimento de novas parcerias estratégicas com o setor privado para aumentar a eficiência logística.
Foco em capital de giro e investimentos
Além de sanar dívidas imediatas, o extrato da operação aponta que o financiamento será destinado ao capital de giro e investimentos tecnológicos. A empresa busca modernizar sua infraestrutura para competir de forma mais agressiva no mercado de entregas de e-commerce, setor hoje dominado por empresas privadas.
Com a garantia da União, os Correios ganham fôlego para implementar as mudanças estruturais, embora enfrentem resistência de sindicatos devido ao alto volume de desligamentos previstos para os próximos dois anos.

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