O aplicativo de mensagens mais popular do país é o ambiente mais vulnerável para golpes. Mais de 150 mil pessoas caíram no golpe do WhatsApp no ano passado, de acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgados esta semana. Ao todo, 153 mil pessoas foram vítimas dessa fraude no país, a campeã em número de ocorrências. Em seguida, ficou o golpe da Falsa Venda, que atingiu 150 mil pessoas, e, em terceiro lugar, ficou o golpe da Falsa Central Telefônica ou Falso Funcionário, que acumulou 105 mil vítimas.
Completam o Top 10 das fraudes mais comuns, os golpes do Phishing (33 mil), do Falso Investimento (31 mil), da Troca de Cartão (19 mil), do Falso Boleto (14 mil), da Devolução de Empréstimo (8 mil), da Mão Fantasma (5 mil) e do Falso Motoboy (5 mil).
O golpe do WhatsApp ficou tão corriqueiro que até famosas como Lília Cabral e Luana Piovani já foram vítimas. Lília recebeu uma mensagem pelo aplicativo enviada por um criminoso que tentou se passar por sua filha, revelou a atriz no ano passado. “Boa tarde, mãe. Adiciona meu novo número. Estou passando meus contatos pessoais para esse número”, escreveu o golpista. Já Luana teve sua imagem usada por um criminoso que se passou por ela e entrou em contato com seus amigos convidando-os para um jantar e pedindo para confirmar um número. “Amores, só para avisar que mais um golpe brasileiro. O pessoal usando a criatividade para o mal’. [...] Pedem para você confirmar um número e assim eles bloqueiam o seu WhatsApp, disse, na época, em suas redes sociais.
Apesar do avanço do alcance dos criminosos, a Febraban afirma que, do outro lado, os bancos também estão aumentando o investimento em ações para combater a prática. “Os bancos não têm poupado esforços e, sobretudo, investimentos no combate a crimes contra nossos clientes. Temos investido constantemente e de maneira massiva em campanhas de conscientização e esclarecimento com a população por meio de ações de marketing em TVs, rádios e redes sociais. E no ano passado foram investidos cerca de R$ 5 bilhões em segurança e prevenção a fraudes e crimes cibernéticos”, afirma Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da federação.
Confira os golpes mais praticados e dicas da Febraban para se proteger:
Golpe do WhatsApp
Nele, o golpista descobre o número do celular e o nome da vítima de quem pretende clonar a conta de WhatsApp. Com essas informações, tenta cadastrar o WhatsApp da vítima em seu aparelho. Para concluir a operação, é preciso inserir o código de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é instalado em um novo dispositivo. Os fraudadores enviam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do Serviço de Atendimento ao Cliente de um site de vendas ou de um empresa que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança, afirmando se tratar de uma atualização/protocolo, manutenção ou confirmação de cadastro.
Como se proteger: Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado é habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas”. Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app. Essa senha não deve ser enviada para outras pessoas ou digitada em links recebidos.
Golpe da Falsa Venda
Criminosos criam páginas falsas que simulam e-commerce, enviam promoções inexistentes por e-mails, SMS e mensagens de WhatsApp e investem na criação de perfis falsos de lojas em redes sociais.
Como se proteger: Tenha muita atenção. O produto tem um preço médio no comércio de R$ 1 mil, mas alguém está anunciando por R$ 300? Há fotos e vídeos de antes e depois de produtos com resultados mirabolantes? A loja oferece poucas opções de pagamento? O e-commerce é recém-criado em rede social? Pare, pense e desconfie. Pode ser golpe. Tome muito cuidado com links recebidos em e-mails e mensagens e dê preferência aos sites conhecidos para as compras
Golpe da Falsa Central Telefônica/Falso Funcionário
O fraudador entra em contato com a vítima se passando por funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem um relacionamento ativo. O criminoso informa que há irregularidades na conta ou que os dados cadastrados estão incorretos. A partir daí, solicita os dados pessoais e financeiros da vítima e orienta que realize transferências alegando a necessidade de regularizar problemas na conta ou no cartão.
Como se proteger: O cliente deve sempre verificar a origem das ligações e mensagens recebidas contendo solicitações de dados. Os bancos podem entrar em contato com os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca solicitam dados pessoais, senhas, atualizações de sistemas, chaves de segurança, ou ainda que o cliente realize transferências ou pagamentos alegando estornos de transações. Ao receber uma ligação suspeita, o cliente deve desligar, e de outro telefone, deve entrar em contato com os canais oficiais de seu banco.
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