quarta-feira, 26 de março de 2025

Cinco são presos por golpe do falso consórcio após denúncia de influenciador; prejuízo das vítimas chega a R$ 1 milhão

Cinco pessoas foram presas em flagrante por suspeita de aplicar o "golpe do falso consórcio" de imóveis em Salvador. De acordo com a Polícia Civil, as prisões ocorreram na terça-feira (25), após a denúncia de um influenciador digital que foi vítima do golpe. Ele comprou um apartamento que nunca foi entregue. [Saiba mais sobre o modus operandi dos suspeitos ao final da matéria]

A empresa já era monitorada pela Delegacia de Defesa do Consumidor há meses e 120 ocorrências já foram registradas contra eles. O prejuízo das vítimas varia entre R$ 5 mil e R$ 1 milhão.

O influenciador, que não quis ser identificado, contou para a polícia que mantinha contato com a dona da empresa há cerca de um ano. Neste período, foram feitas visitas a imóveis e repasses financeiros. Porém, ele não recebeu nenhuma documentação do suposto imóvel adquirido.

Após a denúncia, a polícia foi até o escritório, localizado no bairro do Itaigara, onde a dona da empresa e outros 10 colaboradores foram conduzidos até a delegacia. Apesar disso, apenas cinco deles foram presos por suspeita de propaganda enganosa, estelionato e organização criminosa. Há também indícios de que o grupo praticou lavagem de dinheiro.

No local foram apreendidos:

R$ 17 mil em dinheiro
R$ 1 mil em dinheiro
2 pen drives
1 automóvel Ecosport
1 automóvel T Cross
Caixa contendo diversos contratos de consultoria financeira
Diversos cadernos de anotações
14 carregadores de notebook
07 celulares
15 notebooks
3 máquinas de cartão de crédito
11 CPUs

O influenciador digital entrou em contato com a empresa no final de 2023, após buscas por imóveis na internet. Ele já era proprietário de um imóvel na capital baiana, mas gostaria de se mudar para um apartamento mais confortável.

O primeiro contato com os funcionários da empresa foi por um aplicativo de mensagens. Ele foi convidado a conhecer a sede da empresa, no Itaigara, e a visitar dois apartamentos, localizados na Boca do Rio e no Imbuí.

"Eu visitei o apartamento, fechei negócio e dei entrada. Comecei a desconfiar porque o imóvel não era liberado, a chave nunca era entregue, sendo que já estava praticamente quitado", contou.
Outros clientes vítimas do golpe foram enganados com o mesmo modus operandi:

👉 O grupo agia cooptando clientes pela internet, através de sites do tipo OLX, oferecendo imóveis que não existiam.

👉 Quem se interessava pelos imóveis, era convidado a ir até a sede da empresa. Lá, os suspeitos davam orientações sobre a compra.

👉 As vítimas também visitavam os supostos imóveis e realizavam repasses financeiros, sem nunca receberem comprovação de documentos que confirmassem a negociação do bem.

👉 O grupo criminoso era estruturado e hierarquizado, com foco na prática de crimes de estelionato contra consumidores.

👉 De acordo com o influenciador, o grupo criminoso também simulava contatos com o banco.

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