A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), através de uma auditoria, identificou que R$ 5.092.925,88 de verbas de pesquisas do Instituto de Biologia da Unicamp (Universidade de Campinas) foram transferidos para uma ex-funcionária da universidade, suspeita de desvio do dinheiro destinado aos estudos científicos.
O caso surgiu em janeiro deste ano, após transferências suspeitas terem sido identificadas pela universidade. À época, a funcionária Ligiane Maria de Ávila foi demitida da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp). O portal G1, apurou que a ex-funcionária deixou o país em fevereiro.
Segundo a Fapesp, os R$ 5 milhões saíram de 75 destinações de verbas a 36 pesquisadores do Instituto de Biologia diretamente para a ex-funcionária. O valor foi informado pela Fundação ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), que investiga o caso nos âmbitos cível e criminal.
O trabalho de auditoria não foi concluído, pois ainda falta a Fapesp apurar qual parcela destes R$ 5 milhões foi efetivamente desviada dos pesquisadores. isso se dá porque Ligiane era a responsável pelo pagamento de serviços e compras no Instituto e, em alguns casos, fazia a transferência “para a própria conta”, para “agilizar o trabalho”.
Ainda de acordo com o G1, ao menos 220 transferências bancárias suspeitas foram realizadas pela funcionária. Nas notas fiscais estão presentes várias justificativas, como compra, transporte e manutenção de equipamentos e desenvolvimento de softwares e sites.
Em paralelo ao processo civil de improbidade, o caso também está sendo investigado criminalmente pela Polícia Civil, que apura o crime de peculato. Ligiane teria informado à Polícia que está no exterior e não tem data para voltar ao Brasil. O advogado de Ligiane pleiteia que o depoimento da cliente seja feito por videoconferência.
Das 220 transferências suspeitas realizadas pela ex-funcionária, cerca de 160 delas foram feitas para a conta da própria servidora, enquanto que as demais foram destinadas à duas empresas e duas pessoas físicas que também são alvos da investigação da Polícia Civil.
De acordo com fontes da Polícia Federal, a suspeita teria deixado o Brasil no dia 19 de fevereiro deste ano, um mês após os desvios virem à tona. Ligiane viajou em um voo que saiu de Campinas com destino a Orly, na França.
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