As investigações da Operação Accqua Toffana, que investiga a morte de três pessoas que foram a óbito após comerem um bolo no Rio Grande do Sul (RS), na véspera de Natal, trouxeram à tona atualizações sobre o caso. Em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (10), delegados da Polícia Civil do RS, descreveram Deise Moura dos Anjos, principal suspeita do crime, como manipuladora e perigosa.
Segundo a delegada Sabrina Deffente, toda a equipe policial envolvida nas diligências se surpreendeu com o esquema arquitetado por Deise e com o seu grau de periculosidade. "A cada prova técnica que nós encontrávamos na estação de dados coletados nos aparelhos celulares da acusada era uma surpresa para todos nós. A gente não tem dúvida de que se trata de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídios em série e que, durante muito tempo, não foi descoberta. E por muito tempo tentou apagar provas. Esse fato que aconteceu em Torres acabou fugindo do controle dela porque na verdade, o bolo, esse confeccionado por ela, era para ter sido consumido por três pessoas que estariam nessa comemoração, ocorre que outros parentes se juntaram e acabou acontecendo essa série de mortes, o que levou a gente a iniciar as investigações".
Ainda segundo ela, Deise Moura também pode ter tentado envenanar outras pessoas próximas à família do marido. "Descobrimos não só essas mortes, mas também a morte do sogro que teria ocorrido há três meses. As suspeitas indicam que ela tenha praticado outros envenenamentos de pessoas próximas à família e que vão ser objetos de investigação a partir de agora. Não temos dúvida nenhuma de que essa pessoa pesquisou o veneno, pesquisou uma receita de veneno sem gosto, sem cor. A partir dessa combinação de elementos ela começa a envenenar pessoas. Toda investigação foi surpresa porque ela é manipuladora, firme nas suas afirmações, extremamente convincente",
Segundo o delegado Marcos Veloso, que está à frente das investigações, Deise tentou convencer a família a cremar o corpo do sogro para impedir que a perícia descobrisse a causa da morte dele - que também foi um envenenamento cometido pela suspeita. "Ela só não conseguiu porque faltou a assinatura de um médico, e precisa de dois médicos para assinar", disse.
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