Uma menina de 1 ano e três meses morreu em Caucaia, interior do Ceará, após ter sido contaminada por uma ameba super-rara através da água. Esse é apenas o segundo caso registrado no Brasil, sendo que o primeiro foi identificado em São Paulo, em 1975. A informação foi confirmada pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) nesta terça-feira (10).
A ameba "Naegleria fowleri", que causou uma doença chamada de "meningoencefalite", foi encontrada no reservatório que abastece a casa onde a criança morava. Ela faleceu no mês de setembro.
Em entrevista à TV Verdes Mares, afiliada da Rede Globo no Ceará, o secretário executivo de Vigilância em Saúde, Antonio Silva Lima Neto (Tanta) explicou que a ameba, normalmente, entra pela narina do paciente. No caso da bebê, a suspeita é de que ela foi inectada durante um banho.
“E provoca essa sintomatologia neurológica, às vezes muito rápido. E como é extremamente rara, normalmente os profissionais de saúde têm dificuldade de suspeitar de que se trata de um caso produzido por um germe tão raro”, reforçou Tanta.
No Brasil, não há casos oficiais registrados, apenas relatos. No mundo, os casos são de pacientes infectados após banhos em lagos, lagoas e outros corpos d’água. "É como se fosse uma água que passou por um reservatório e aqueceu naturalmente pelo sol mesmo. Isso pode ter favorecido essa reprodução”, explicou o secretário.
Os sintomas da doença podem ser facilmente confundidos com outras enfermidades, pois causa febre alta, faringite e dor de garganta.
Após identificar o caso, a Sesa e a Prefeitura de Caucaia adotaram medidas para evitar novas contaminações. "Rapidamente a Sesa visitou o local junto com a secretaria municipal. Foram feitas diversas reuniões. Foi modificada a forma de abastecimento da água, foi aperfeiçoada a cloração, a filtragem", destacou o secretário.
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