terça-feira, 6 de agosto de 2024

Quase 30% das escolas brasileiras proíbem o uso do celular

O uso do celular pelos alunos já é proibido em quase 30% das escolas brasileiras. São 28% no total, considerando instituições públicas e privadas de ensino fundamental e médio de todo o país. Na maioria, 64%, o uso é permitido com regras, em determinados horários e espaços. Apenas 7% liberam por completo a sua utilização.

Os dados são da pesquisa TIC Educação 2023, divulgada nesta terça (6). O estudo é realizado anualmente desde 2010 pelo Comigo Gestor da Internet no Brasil, que reúne representantes do governo e da sociedade civil para produzir análises sobre os impactos das tecnologias digitais e estabelecer diretrizes nessa área para o país.

Para essa nova edição do levantamento, foram realizadas entrevistas telefônicas com gestores de 3.001 escolas urbanas e rurais, de agosto de 2023 a abril de 2024.

A proibição do uso do celular nas escolas se tornou central nos debates da educação em diversos países, diante dos prejuízos, associados ao aparelho, à saúde mental, ao aprendizado e ao desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes.

O avanço das restrições foi recomendado por um relatório da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) que apontou estudos que mostram uma associação negativa entre o uso das tecnologias, em especial os celulares, e o desempenho dos estudantes.

Com isso, a TIC Educação decidiu jogar holofote sobre o tema pela primeira vez, embora já tivesse investigado a utilização do celular nas edições de 2020 e 2022.

O levantamento mostra que, em escolas que têm turmas até o 5º ano, a proibição subiu de 32%, em 2020, para 43%, em 2023. Naquelas que atendem até o 9º ano, dobrou, considerando o mesmo período, indo de 10% para 20%. A restrição ainda não avançou nas escolas que vão até o ensino médio. Eram 7% e agora são 8%.

É nessa faixa dos adolescentes que está o maior desafio de especialistas e movimentos que defendem o banimento completo do uso do celular no ambiente escolar, inclusive nos intervalos, considerando a sua importância para a convivência entre os alunos.

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