quarta-feira, 5 de junho de 2024

Homem descobre que está 'morto' após dar entrada em hospital na segunda maior cidade da Bahia

O entregador de gás Rafael da Silva Santos deu entrada em um hospital no mês de abril, em Feira de Santana, a 100 km de Salvador, após sofrer um acidente de motocicleta, e recebeu uma notícia inusitada: descobriu que estava "morto" para a Justiça.

Em entrevista à TV Subaé, afiliada da Rede Bahia na região, Rafael disse que foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após sofrer o acidente, e ao chegar no Hospital Geral Clériston Andrade, a esposa dele "tomou um susto" na recepção.

Eu cheguei para fazer a ficha e eles me informaram que Rafael estava morto. Eu disse que não e falei que ele estava na maca. O homem então pegou o prontuário e me mostrou [que ele constava como morto]. Ele pediu para aguardar alguns minutos, chamou alguém e fez o reconhecimento para abrir um novo prontuário e internar ele", contou Alcione das Virgens, esposa de Rafael.

Assim que recebeu alta médica, Rafael precisou realizar transações bancárias e confirmou na Receita Federal que, juridicamente, estava "morto".

Quando eu tive alta e fui movimentar minhas contas, algumas delas estavam bloqueadas e eu não estava conseguindo fazer saques. Lá na Receita Federal constava 'titular falecido' e aí eu fui procurar o cartório para poder entender", relatou o entregador de gás.

Rafael contou ainda que está "com a vida parada" e sem conseguir realizar atendimentos médicos após o acidente de motocicleta. Ele disse que foi até um cartório para resolver a situação e precisou pagar uma quantia de R$ 200 para conseguir a documentação com as informações oficiais da "morte" dele.

Apenas uma semana depois, quando a tabeliã responsável pelo cartório retornou de uma viagem, ele conseguiu liberar os documentos, e mesmo assim, com informações conflitantes.

Na carteira de identidade, o homem dado como morto é analfabeto, enquanto o RG de Rafael da Silva possui a assinatura dele. Além disso, foi fornecida no cartório apenas uma certidão de nascimento com averbação de óbito, no lugar do atestado.

A comunicação da morte foi feita por uma mulher identificada como Ana Deiyse das Neves Carvalho, sem reconhecimento de um familiar. Para o advogado Lucas Micheli, que representa Rafael dos Santos, houve um erro do cartório ao atestar o óbito.

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