A Operação Intercessor, que teve como alvos a prefeita de Poções, Dona Nilda (PCdoB), o ex-prefeito e marido dela, Otto Wagner de Magalhães, e o prefeito de Encruzilhada, Dr. Pedrinho (PCdoB), aponta para a existência de uma suposta estrutura criminosa organizada, com atuação em diversos municípios baianos. A informação foi divulgada pela Polícia Federal (PF), que deflagrou a ação nesta quinta-feira (23).
Segundo a PF, os crimes foram concentrados na Prefeitura de Poções entre 2021 e 2023. Foram constatadas "irregularidades graves" em contratos de mão de obra financiados com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Tais irregularidades incluem:
ausência de estudos técnicos;
pesquisa de preços considerada inadequada;
majoração indevida de valores contratuais;
prestação fictícia de serviços.
O grupo é suspeito de utilizar empresas de fachada, familiares como intermediários financeiros, movimentações bancárias atípicas e ocultação patrimonial para viabilizar os desvios e a lavagem de dinheiro.
A PF não especificou a suposta atuação dos gestores públicos no esquema. Por meio de nota, eles negaram irregularidades (veja o que dizem as defesas ao final do texto).
Os crimes apurados na operação são formação de organização criminosa, peculato, fraude à licitação, lavagem de dinheiro e crimes contra a legislação trabalhista.
Ao todo, 68 policiais federais atuaram na operação junto a 13 auditores da Controladoria Geral da União (CGU). Eles cumpriram 25 mandados de busca e apreensão nos municípios de Poções, Encruzilhada e Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, e em Barreiras, na região oeste.
Em meio à operação, o ex-prefeito Otto Wagner de Magalhães acabou preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
Quem são os gestores na mira da PF
Irenilda Cunha de Magalhães tem 64 anos, é casada e professora do Ensino Fundamental. Dona Nilda, como é conhecida na região, está em seu segundo mandato consecutivo como prefeita de Poções.
Ela é casada com Otto Wagner Magalhães, o Dr. Otto, também investigado pela PF na operação. Atual secretário de Administração do município, ele foi prefeito de Poções entre 2013 e 2016.
Anos mais tarde, entre 2021 e 2023, na primeira gestão da esposa, ocupou o cargo de chefe de gabinete. Segundo a Polícia Federal, os crimes aconteceram exatamente no período em que ele ocupou esse posto.
Já Pedro Alves de Lacerda Sobrinho, o Dr. Pedrinho, tem 38 anos e é advogado. Essa é a primeira gestão dele como prefeito de Encruzilhada. Antes da vitória nas urnas em 2024, o político tentou o pleito em 2016 e em 2020, mas não foi eleito

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