segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Bebê dado como morto 'acorda' no velório: 'Chorou no caixão'

O que era para ser um velório em Rio Branco, no Acre, se transformou em um episódio de choque e indignação: um bebê prematuro, de aproximadamente cinco meses de gestação, dado como natimorto, chorou dentro do caixão na manhã deste sábado (25), cerca de 12 horas após ter sido colocado em um saco. A família do recém-nascido percebeu a situação quando a criança já estava sendo levada para o enterro

A tia do bebê, Maria Aparecida, relatou que a mãe estava sentindo muita dor e que a família precisou viajar cerca de 260 km de Pauini, no Amazonas, até Rio Branco, devido à falta de estrutura na cidade natal. "Disseram que a criança nasceu sem vida, pegaram e só colocaram num saco, levaram pro necrotério, a gente fez o procedimento e estava indo pro enterro. Ao chegar lá, eu pedi para abrir (o caixão) para poder ver o bebê e ele estava chorando. Isso é muita negligência e a gente quer justiça", afirmou ela em entrevista ao G1.

O bebê nasceu na sexta-feira (24) e o laudo médico indicou hipóxia intrauterina como causa da morte, condição em que o feto não recebe oxigênio suficiente durante a gestação. A criança estava em estado crítico de prematuridade extrema, com cerca de 23 semanas e cinco dias de gestação e pesando 520 gramas.

Em entrevista coletiva, a médica pediatra neonatologista de plantão, Mariana Collodetti, explicou que toda a assistência médica necessária está sendo fornecida: "Recebemos esse bebezinho e demos todo o suporte que ele precisa: intubação, cateterismo umbilical, incubadoras, medicações e tudo o que ele precisa. Neste momento, ele está crítico, grave, porém estável. Posso garantir que toda a assistência está sendo dada para esse bebê prematuro extremo". Ela ainda afirmou que todos os protocolos da UTI Neonatal estão sendo aplicados e que não é possível determinar o que aconteceu durante as horas em que o bebê esteve no saco.

A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) divulgou nota informando que todos os protocolos de reanimação foram seguidos pela equipe multiprofissional, que instaurou uma apuração interna para esclarecer os fatos. "A direção da unidade e toda a equipe manifestam profunda solidariedade à família neste momento delicado e reafirmam o compromisso com a ética, a humanização e a segurança no atendimento", disse Simone Prado, diretora da Maternidade Bárbara Heliodora.

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