quinta-feira, 21 de março de 2024

Vírus HIV é eliminado de células humanas em estudo na Holanda

SÃO PAULO - Uma colaboração internacional de cientistas liderada pela Universidade de Oxford anunciou hoje a descoberta de uma variante mais agressiva do HIV presente na Holanda e países próximos. Os 109 pacientes identificados com essa cepa do vírus da Aids tinham de 3,5 a 5,5 vezes mais carga viral, e sua contagem de células CD4+ do sistema imune se reduzia com o dobro da velocidade.

Apesar dos números de virulência preocupantes, os cientistas afirmam que essa variante não deve ser capaz de causar uma crise de saúde pública. Por ser essencialmente um vírus de transmissão sexual, o HIV evolui mais devagar que o coronavírus, e os pacientes que passaram por terapia antirretroviral responderam bem ao tratamento.

Ao que tudo indica, porém, a cepa é mesmo mais transmissível, e inspira cuidado por parte da vigilância epidemiológica. Os cientistas batizaram a nova cepa de VB, por ser uma variante do subtipo B do HIV. Para validar a descoberta, certificaram-se de que essa maior infectividade não era fruto de outros fatores.

"A idade, o sexo, local de nascimento e o modo suspeito de transmissão par aos 109 indivíruso era o mesmo que o típico dos soropositivos na Holanda, sugerindo que o aumento de virulência se atribui mesmo à linhagem viral", escreveram os cientistas, liderados, por Chris Wymant, de Oxford, em estudo na revista Science.

"Análises de sequências genéticas sugerem que essa nova variante surgiu nos anos 1990 a partir de uma mutação nova, não de uma recombinação entre vírus, e adquiriu maior transmissibilidade por meio de um mecanismo molecular de virulência ainda não conhecido", completam os autores.

A descoberta se deveu em grande parte à alta cobertura da vigilância epidemiológica para HIV na Holanda. O país não tem uma epidemia grave, e consegue sequenciar e analisar o histórico evolutivo de vírus em amostras de mais da metade de seus pacientes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário