segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Após EUA transplantar rim de porco para paciente com morte cerebral, USP deve iniciar testes

 

Após EUA transplantar rim de porco para paciente com morte cerebral, USP deve iniciar testes
Foto: Divulgação / USP

Após ser realizado pela primeira vez no mundo o transplante do rim de um porco para um humano nos Estados Unidos da América  (EUA, a Universidade de São Paulo (USP), com linha semelhante de pesquisa semelhante, iniciou testes neste sentido. O grupo de pesquisa comandado por Silvano Raia, é pioneiro no transplante de fígado na América Latina. O cirurgião espera que ps primeiros testes com seres humanos no Brasil ocorram em dois anos, caso o estudo consiga investimento para construir um criadouro biosseguro (pig facility).

 

Em entrevista ao Correio Braziliense o pesquisador  disse que o trabalho nos EUA abre porta. "por mais que os dados de laboratório indicassem que estávamos no caminho certo, existiam os céticos. O fato de terem conseguido demonstra que essa linha de pesquisa é promissora", disse.  Para a geneticista Mayana Zatz, também envolvida na pesquisa, o sucesso americano facilita a aprovação de experimentos por comitês de ética brasileiros. "É importante no sentido de mostrar: 'Olha, já está sendo feito nos EUA'", disse.

 

Ainda de acordo com Coreio Braziliense, o estudo brasileiro foi concebido pelo pesquisador há quatro anos. A iniciativa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da farmacêutica EMS. A parte de engenharia genética, segundo os cientistas, consiste na inativação de genes do porco e na adição de genes humanos, feita com a técnica CRISPR/Cas9 (no método, a Cas9, enzima do sistema de defesa das bactérias, junto a um RNA, usado como guia, recorta o trecho de interesse de um DNA). Com isso, foi possível criar os embriões geneticamente modificados, que precisam ser introduzidos em uma matriz e criados no pig Facility.

 

O pesquisador revelou que os primeiros filhotes serão gerados em um biotério comum. A partir daí, testes pré-clínicos serão tocados em perfusão isolada, sistema que permite manter a preservação de órgãos desde a coleta do doador até o transplante. É empregado usualmente o chamado líquido de preservação (perfusato). A experiência usará, porém, sangue humano como perfusato. "Se a perfusão do rim geneticamente modificado com sangue humano, durante 12 horas, não demonstrar rejeição tanto nas biópsias do órgão quanto do perfusato, ficará demonstrado que nosso produto é adequado para ser transplantado em pacientes", disse. 

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