Em um diálogo interceptado pela Polícia Federal, uma liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC) teria afirmado que a facção tinha um “diálogo cabuloso” com o Partido dos Trabalhadores (PT) ao criticar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. A conversa foi captada em telefonemas de abril deste ano, obtidos pelo jornal Estado de S.Paulo e gravadas pela Operação Cravada, que mirou e prendeu participantes do núcleo financeiro da organização.
Em uma das ligações, Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como “Elias” ou “Veio”, xinga Sergio Moro e reclama da falta de diálogo com o atual governo com Willians Marcondes Ferraz, o “Rolex”. Outro interceptado é André Luiz de Oliveira, o “Salim”. “A gente sabe que esse governo que veio irmão, esse governo aí ô, os cara começou o mandato agora, irmão, agora que eles começaram o mandato, os caras têm quatro ano aí pela frente, irmão”, diz a ligação.
O traficante passa então a criticar o ministro Sérgio Moro: “Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse Moro aí, esse cara é um filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo, mano. Ele veio pra atrasar”.
No relatório de interceptações telefônicas, a PF diz: “Também foram encontrados indicativos de vínculos da ORCRIM PCC com partidos políticos, o que neste momento não está dentro dos objetivos da investigação e, semelhante a questão de corrupção de agentes públicos, temos a necessidade de encerrar a chamada fase sigilosa da investigação”.
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