segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Volta de Eike foi negociada com força-tarefa para evitar extradição



A volta do empresário Eike Batista ao Brasil foi negociada com a Polícia Federal. Segundo informações do jornal O Globo, investigadores que estão à frente da apuração, realizada pelo núcleo da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, afirmam que Eike assumiu o compromisso de voltar ao Rio junto às autoridades brasileiras. Ele viajou na última terça-feira (24) e foi alvo de uma operação na quinta-feira (26), acusado de pagar R$ 16,5 milhões em propinas no exterior ao ex-governador fluminense, Sérgio Cabral. Como não foi encontrado em casa, foi considerado foragido. A PF decidiu então que se o empresário não cumprisse o acordo, seria pedida imediatamente a prisão dele, por meio do do Departamento de Recuperação de Ativos Financeiros (DRCI), órgão do Ministério da Justiça. Apesar de ter sido incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, Eike não foi preso de imediato, porque os Estados Unidos exigem que a agência internacional ou o governo do país interessado na prisão faça um pedido específico ao ministério público local, além do deferimento de um juiz. Segundo O Globo, a PF deliberadamente não deu este passo, de forma que Eike se entregasse após negociação, o que ocorrerá nesta segunda-feira (30). As autoridades brasileiras avaliam a negociação como vantajosa, já que o processo de extradição ou deportação são longos, podendo demorar meses. Na sexta (27), o advogado de Eike, Fernando Martins, reuniu-se com integrantes da força-tarefa. De acordo com um dos participantes da reunião,  o grupo sustentou que não havia nada que pudesse ser feito e que o empresário deveria se entregar, diante do mandado de prisão preventiva em aberto. Apesar de ter viajado antes da operação, os agentes só souberam que ele tinha deixado o Brasil após a tentativa de prendê-lo em sua residência, no Jardim Botânico, zona sul do Rio. Após prestar depoimento à PF, Eike deverá ir ao Instituto Médico-Legal (IML), para realizar exames de praxe. Ainda não há uma definição sobre o local onde o empresário deve ficar custodiado, mas a hipótese mais provável é que ele vá para o Presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte. A unidade recebe presos provisórios envolvidos em crimes federais e abriga presos com o mesmo perfil de Eike: detidos provisoriamente, sem ligações com facções do crime organizado e sem ensino superior. O empresário confimou em entrevista a O Globo que não concluiu a graduação. Como não há um critério definido por lei, a Seap pode encaminhar Eike à Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, destinada a presos com ensino superior, onde estão detidos Cabral e outros integrantes do esquema de corrupção investigado. Lá há 154 vagas e 92 detentos.

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