quinta-feira, 29 de setembro de 2016

FALANDO DE VEREADORES...



Os tempos mudam, as coisas evoluem e às vezes eu começo a ficar preocupado até onde nós vamos chegar com todo esse progresso, já que todas essas coisas acabam influenciando no comportamento social, ético e da moralidade do povo.

A crença popular na classe política está profundamente abalada e não poderia deixar de ser diferente em função dos elevados níveis de corrupção que as mais altas esferas da administração pública alcançou e não demonstra sinais de recuar.

O povo acreditou, confiou, tinha certeza que estava finalmente no poder e que estava também legitimamente representado por homens e mulheres eleitos pelo voto da classe trabalhadora e por isso mesmo se sentiu, na mesma proporção, traído de forma absurda.

A crise de honestidade e moralidade do brasileiro caiu ao ponto de vermos ser destacado como noticia em horário nobre a devolução de uma carteira, sacola ou bolsa cheia de dinheiro, coisa que tem que ser normal, tem que ser padrão de conduta. Como explicar, diante disso, a nossos filhos que a honestidade é obrigação de cada cidadão e não uma qualidade rara?

É difícil para se administrar racionalmente esses fatos, principalmente agora às vésperas de eleições, onde mais do que nunca temos consciência da responsabilidade que está nas nossas mãos, sabemos da ilegalidade moral do voto comprado, da troca de favores, sabemos que o futuro dos nossos filhos e o nosso próprio depende das escolhas que fizermos.

Quando meu pai foi vereador pela primeira vez em Itarantim, as reuniões da câmara eram realizadas em Macarani e isso exigia dele uma viagem a cavalo durante o dia inteiro para comparecer em uma sessão de um mandato não remunerado! A motivação era o desejo de trabalhar pelo município e perseguir um ideal que ardia em seu coração de ver o progresso chegar em Itarantim.

Hoje sou assolado por duvidas na hora de escolher meu candidato a vereador pois não vejo mais os valores coletivos, a vontade de servir a comunidade, não apresentam projetos consistentes, não demonstram coerência em seus discursos e a impressão que tenho é a de uma disputa de egos, vaidades e interesses próprios. Diante de tantos candidatos, qual deles se disporia a fazer o sacrifício, que não somente o meu pai, mas que outros tantos vereadores fizeram naquele tempo? Qual deles se empenharia por ideologia em um mandato não remunerado? Qual deles tem realmente propostas concretas para beneficiar o município, qual deles é confiável suficientemente para que eu entregue em suas mãos um papel em branco com a minha assinatura lhe dando o poder de me representar pelos próprios 4 anos?

Me assusta, como já disse, essa perspectiva de não encontrar as respostas para estas questões e infelizmente o que nos sobra, é a realidade de fazer uma escolha, que no fundo não nos satisfaz, mas que deve expressar, pelo menos, o melhor que conseguirmos.

Portanto escolha bem, escolha com consciência.

Isto não é um joguinho, não é um game. Estamos falando de nossas vidas.

Roberto Dantas – robertodantas@itarantim.com.br

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