sábado, 30 de novembro de 2013

Otto diz que não aceita continuar na vice só para ajudar Rui Costa

Otto diz que não aceita continuar na vice só para ajudar Rui Costa
Vice-governador, o senhor deu uma entrevista à Rádio Sociedade e citou que poderia se colocar como candidato a governador. Qual foi exatamente o contexto desta entrevista?
Não. Eu falei que eu não me coloco como candidato a governador. Houve um equívoco na audição. Eu falei que não me coloco como candidato a governador, no entanto, acho que o governador quando for tomar a decisão tem que ouvir todos os partidos, inclusive o meu, o PP, o PDT, o PCdoB, os partidos todos da base, que são 12 ou 13 partidos. Foi um equívoco e um site colocou e depois eu liguei e disse que não falei e a minha posição é a posição de um ano atrás, de ser candidato ao Senado. Eu não mudei absolutamente nada, embora tenha uma pressão muito grande de pessoas que ficam querendo tirar de mim aquilo que eu não posso dizer e que eu não quero ser, que eu não vou me candidatar ao governo. O candidato ao governo que vou acompanhar é a candidatura do governador. Tenho o aconselhado a ouvir as bases, os partidos, as pessoas que estão envolvidas neste caso, pra não ter uma dificuldade eleitoral.

Mario Kertész deu uma entrevista em cadeia com a Tudo FM e falou que acreditava que você fosse vice novamente, até pra fortalecer a chapa de Rui Costa. O senhor tem vontade de continuar como vice?

Não. Não tenho nenhuma vontade, não vou continuar e não vou aceitar isso. Não é demérito nenhum ser vice do Rui Costa, como sou do Wagner, como fui de Cesar Borges, era uma honra muito grande, só que o meu projeto político e eu tenho falado repetidas vezes isso, é buscar uma vaga no Senado Federal para lutar pelas reformas, sobretudo, a reforma tributária, a reforma do código penal, a reforma política. Eu acho que o Congresso Nacional, como falou Waldir Pires, tem um débito muito grande com o Brasil nesses últimos anos de não ter feito essas reformas. Os estados e municípios estão se acabando do ponto de vista fiscal, porque o princípio federativo está sendo negado aos estados e municípios e alguém tem que levantar essa voz. Vejo alguns senadores chegarem levantando essa questão e acho que o caminho é esse aí, portanto, não há nenhuma condição. Eu quero repetir, tanto seria uma honra ser vice do Rui ou do Gabrielli ou do Walter Pinheiro, de qualquer um deles, eu não tenho essa vaidade, esse nariz empinado, esse topete de dizer que vou me pautar por capricho, por orgulho. De jeito nenhum. Mas não é meu projeto. Meu projeto principal é senador e eu digo sempre que ate poderia abrir mão da chapa.

Era isso que ia te perguntar. Com essa coisa do PDT e PP, essa briga, podemos ter Otto fora da chapa?

Se eu tiver que abrir mão como já fiz no grupo de Antônio Carlos pra ter a unidade, eu posso abrir mão, não tem nenhum problema. Eu fiz a cessão em 2002 de ser candidato a senador. Antônio Carlos me convidou, eu não fui candidato, abri mão. Eu não nasci candidato. Sou profissional liberal, trabalhei a vida inteira, tenho saúde ainda pra isso, apesar dos anos, tenho condição de voltar ao meu trabalho sem nenhum problema. Mandato é uma coisa que eu tenho tido, mas não como obsessão, como uma paixão, como uma coisa compulsiva na minha vida. Eu posso, sem nenhuma dúvida, abrir mão, agora, a minha posição é a posição de ser candidato ao Senado. Eu tenho falado reiteradas vezes e não vou mudar minha posição.

Abrir mão de ser candidato ao Senado em favor de um nome que não é tão pujante eleitoralmente como Otto Alencar?

Eu faço parte de um grupo. Se o grupo se reúne e acha que tem que ser outro nome, não tem nenhum problema. Eu sou de grupo. Se tiver que ser, será. A minha posição política é essa, de ser candidato a senador da República. Esse é o meu sonho. É minha vontade. É meu projeto político. Eu não ando apagando o sonho de absoltamente ninguém, contrariando a vontade de absolutamente ninguém, cerceando o direito das pessoas, o desejo das pessoas e também não vou aceitar que se venha cercear minha vontade, meu direito, meu desejo de ser senador da República.

E essa declaração que algumas pessoas dão nos bastidores que Otto é o candidato preferido de ACM Neto?

Não. Neto nunca falou isso. Ele tem o grupo dele, tem os candidatos que fizeram aliança com ele pra prefeitura de Salvador. Eu sei que ele é uma pessoa que tem sentimento de gratidão e se o Geddel o apoiou, se o Paulo Souto o apoiou, Aleluia, ele tem quadros que pode colocar e, claro, apoiar. Não tenho essa expectativa, embora, sei que o apoio dele é um apoio importante, mas não tenho essa expectativa de jeito nenhum. Nunca conversei com ele sobre isso e nunca falou comigo sobre esse assunto. Eu ouço falar, mas estou no grupo do governador Wagner, com os partidos, e não há menor chance de não caminhar com esse grupo. Da mesma forma que durante 19 anos estive no grupo do senador Antônio Carlos, tive problema como qualquer um teve. O Mário Kertész também teve, outros tiveram, mas não vamos mudar o rumo. Acredito no projeto que está aí executado pelo governador Wagner, pela presidente Dilma, então, não haverá a menor chance de sair do grupo, não haverá distensão comigo, não haverá diáspora política. Eu vou continuar no grupo.

Otto Alencar tem vontade de ser ministro da República? Otto Alencar é um nome fortíssimo do PSD, liderança forte, e com uma reeleição da presidente Dilma poderia assumir um ministério?

Não sei. É uma coisa que nunca pensei. Normalmente a gente pensa primeiro em ganhar e depois vê o que vai acontecer. Eu já ocupei vários cargos no Executivo, gosto da área executiva, fui deputado estadual três vezes, fui líder da oposição, fui líder do governo, fui presidente da Assembleia. Gosto muito do Parlamento. Conheço bem a legislação brasileira, a Constituição Federal, a Estadual também, porque fui deputado constituinte em 89, ajudei a fazer a constituição aqui no estado, conheço bem a legislação que rege o meu país, as coisas todas da política, da administração. Acho que no momento, agora, com 66 anos de idade, já tendo sido deputado três vezes, secretário algumas vezes, conselheiro, vice-governador, governador, me falta ser senador da República do meu país.

Qual sua avaliação dessa aliança de Eduardo Campos e Marina Silva? E Lídice da Mata, que pode ter que ser candidata aqui?

A força da Marina Silva alavanca muito a candidatura do Eduardo campos. Ela já mostrou isso na pesquisa que foi feita logo que após o apoio. Ela tem um discurso afinado com as coisas do meio ambiente, da preservação ambiental, da ecologia e se somou a Eduardo Campos, que foi um governador que fez um bom governo lá.

A senadora Lídice da Mata é uma liderança forte aqui do estado da Bahia, tem a minha admiração, tem o meu respeito, tem uma história de vida muito bonita, a primeira prefeita de Salvador, a primeira senadora, tenho muito respeito e admiração por ela. Se ela realmente for apoiar a chapa da Marina com o Eduardo e for candidata a governadora, eu vou desejar boa sorte, mas não posso ajudá-la, porque vou caminhar com a candidatura que for liderada pelo governador Jaques Wagner. Acredito que vai ser uma eleição bonita, eleição boa, disputada. O que espero é que não se baixe o nível da competição, da disputa, que o debate seja em alto nível, sem provocação, porque, às vezes, a provocação sempre puxa outra provocação. É uma coisa muito ruim.

O presidente da Assembleia fica dizendo que vice-governador não tem tinta na caneta. Foi por isso que Wagner te deu a caneta da secretaria?

(risos) Não. Eu fui vice-governador na época do Cesar Borges por um acidente de percurso. Eu estava vice do Luis Eduardo Magalhães. A chapa seria Luis Eduardo governador e Otto Alencar vice, em 98. Luis Eduardo faleceu, um momento triste da minha vida, da história da Bahia, o Cesar foi governador, terminei sendo vice do Cesar. Quando fui vice do Cesar, terminei sendo coordenador do Sertão Forte e ajudei muito a Bahia, trabalhei muito pelo meu estado. O Wagner quando me convidou, eu não exigi absolutamente dele nada, ele que me convidou pra ser secretário de Infraestrutura. Estou trabalhando e ele me dá apoio. Eu digo sempre o seguinte, o cargo não faz o homem, o homem que faz o cargo. Você pode ser um vereador, mas um vereador que respeite seus eleitores, que trabalhe com ética, com respeito pelos eleitores, um prefeito, deputado estadual, federal. Onde você estiver, trabalhe dentro da ética, dentro do comprometimento com a comunidade, com a coletividade, que você será sempre reconhecido. Fui secretário de Saúde e fui agora pra medalha Dois de Julho do Solla, na Assembleia, e cheguei um pouco atrasado e fiquei muito emocionado quando todo auditório, de médicos, enfermeiros, profissionais que trabalharam comigo, me aplaudiram que quase que vou às lagrimas de emoção. Por onde você passa e deixa o retrato do trabalho, do respeito às pessoas, por menor que seja o seu auxiliar, você o trata bem, com dignidade, com respeito, você consegue fazer alguma coisa. Esse negócio da tinta da caneta do Marcelo Nilo é uma brincadeira dele, ele brinca muito com isso, ele é uma pessoa bem-humorada. Outro dia estava brincando com ele, que se está faltando tinta vou mandar uma carreta de Bic pra que ele possa assinar as coisas. Ele brincou comigo. É candidato também. Está defendendo o lado dele. É uma pessoa que tem boa cabeça política, boa história política. Vamos ver o que vai acontecer.

Permita-me uma brincadeira: o senhor foi vice duas vezes, se você fosse torcedor do Bahia, seria cabeça de chapa?

(risos) Não. Não tem nada a ver o futebol com a política. Eu separo muito isso. Eu sou torcedor do Vitória, mas nunca fui à reunião do Vitória, à torcida, pedir um voto e, ainda assim, fui deputado mais votado duas vezes. Tem pessoas que ficam lá dentro do Vitória achando que o futebol pode alavancar a política, mas nunca passou de um deputado de médio porte, de votação inexpressiva. Eu nunca fui na torcida, nem no conselho. Fui médico do Vitória por muito tempo, oito anos, ajudei o Vitória de forma espontânea, sem cobrar um real, nunca recebi um centavo do clube pra ser médico, operei muitos jogadores de futebol e nunca fui lá pedir um voto, então, eu separo muito as coisas. O meu time chamam "vicetória", mas é um time campeão baiano, um time que agora está na primeira divisão, não vai cair, não está com risco de queda, tem uma base de jogadores que o Ney Franco está promovendo. Você não torce pelo que o clube tem de poder, mas pelo amor ao clube, pelo trabalho que você tem dentro do clube, como é o caso de outros rubronegros que estão lá.

Mas você já pensou alguma vez em ser presidente do Vitória?

Nunca. Nunca pensei ser presidente do Vitória, nunca pensei ser presidente do conselho do Vitória. É uma coisa que nunca passou pela minha cabeça.

Pra finalizar, como é que está o trabalho na secretaria? Esses dias o candidato do PMDB ao governo, Geddel Vieira Lima, publicou em redes sociais que tem passado pelas estradas e que as estradas estavam em péssimas condições, mas que ainda assim o governo diz que renovou sete mil quilômetros de estradas.

Pode ser que ele tenha passado por um trecho de estrada que tem problema como outras têm. A Bahia tem uma malha rodoviária muito grande, de 20 mil quilômetros de estradas. Fizemos 7 mil 343 quilômetros de novas estradas. Eu mandei esse relatório pra Assembleia, levei o relatório e mostrei aos deputados da oposição, mas pode ser que ele passe num trecho de estrada que tenha buraco, porque estrada precisa de conserva e tem dificuldades mesmo de conservar essas estradas. O dinheiro está todo centralizado em Brasília. Esse ano para a Bahia está no orçamento R$ 938 milhões para as estradas. O DNIT deixou de aplicar R$ 600 milhões nas estradas federais. Aqui tem estradas federais e estradas estaduais. As estaduais estão bem cuidadas como nunca foram tão bem cuidadas na história da Bahia, pode ter absoluta certeza disso. Quando se faz pesquisa, o governo faz pesquisa, o item que mais melhorou na gestão Wagner, é estrada, então, é uma opinião de quem faz oposição. Ele passa num trecho, diz que está com problema e realmente pode ter problema aqui ou ali, que a malha rodoviária é muito grande, mas na hora do debate nós vamos mostrar que fizemos mesmo, como eu fui à Assembleia e mostrei o relatório das obras que foram concluídas. Quando o governador assumiu, só pra dar um exemplo simbólico, assumiu o governo em 2007, a Estrada do Feijão, que foi construída por Antônio Carlos em seu segundo governo, de Feira de Santana até Xique-Xique, era uma buraqueira só. Nós recuperamos toda ela. Foram investidos mais de R$ 100 milhões na Estrada do Feijão. A BA 263, que sai de Itambé, Vitória da Conquista, Brumado, Livramento, vai sair na BA 242, lá perto de Oliveira dos Brejinhos, passando por Caturama, Paramirim, essa região toda era uma buraqueira só. Está tudo recuperado. Fizemos também a Estrada do Oeste do Javi até Santa Maria da Vitória. Todos os municípios do Oeste da Bahia, hoje, tem asfalto chegando na sede. Nós fizemos já Baianópolis, Wanderley, Cotegipe, Brejolândia, Catolândia, Sítio do Mato, Serra do Ramalho e Carinhanha. Recuperamos a BA 161 praticamente toda. É possível, hoje, alguém sair de Salvador e chegar em Santa Maria da Vitória com estradas de responsabilidade do governo do estado e todas elas recuperadas, agora, claro que você passa num trecho e tem um problema aqui ou ali, como vai acontecer por causa da chuva, por causa do desgaste, por causa do peso das carretas. Isso vai acontecer, mas eu creio que em termos de estradas, como em outros setores, o governo Wagner está muito bem.

fonte: http://www.teiadenoticias.com.br/entrevistas/item/otto-alencar-diz-que-nao-vai-aceitar-continuar-na-vice-so-para-ajudar-rui-costa

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