O mês de fevereiro de 2025 entrou para a história como o terceiro mais quente já registrado globalmente, de acordo com os dados da reanálise da ERA5 do Copernicus Climate Change Service (C3S). As temperaturas médias seguiram muito acima da normal climatológica, reforçando a persistência do aquecimento global e os impactos das mudanças climáticas ao redor do planeta.
Em comparação com a média de 1991-2020, fevereiro foi 0,63°C mais quente, atingindo uma temperatura média global de 13,36°C. Esse valor ficou apenas 0,18°C abaixo do recorde absoluto de fevereiro de 2024 e 0,03°C acima de fevereiro de 2020, mostrando que a tendência de calor extremo continua. Em relação ao período pré-industrial (1850-1900), a temperatura foi 1,59°C superior, um indicativo claro de que as mudanças climáticas continuam a impulsionar recordes de aquecimento.
Além disso, fevereiro de 2025 foi o 19º mês dentro de um período de 20 meses consecutivos em que a temperatura global ficou acima de 1,5°C em relação ao nível pré-industrial. Durante essa sequência, 13 desses meses registraram temperaturas entre 1,58°C e 1,78°C acima da média pré-industrial, evidenciando a escala e a persistência desse aquecimento.
O verão de 2025, que abrange os meses de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025, também foi um dos mais quentes da história. A temperatura média do trimestre ficou 0,73°C acima da normal climatológica de 1991-2020, tornando-se a segunda mais alta já registrada, apenas 0,05°C abaixo do recorde estabelecido no verão de 2024. Mesmo sem um evento El Niño forte em atuação neste período, os valores seguem extremamente elevados, reforçando que outros fatores estão impulsionando o aumento das temperaturas globais.
Nos últimos 12 meses, de março de 2024 a fevereiro de 2025, a temperatura global média ficou 0,71°C acima da normal climatológica e 1,59°C acima dos níveis pré-industriais. Esse valor ficou apenas 0,05°C abaixo do recorde absoluto registrado nos 12 meses encerrados em junho, julho e agosto de 2024. Esse período de aquecimento extremo superou amplamente os picos anteriores observados durante 2015/16 e 2019/20, quando as médias estavam cerca de 0,46°C acima da normal de 1991-2020.
No Brasil
São Paulo teve o fevereiro mais quente desde 1943 e também um dos meses mais quentes já registrados pelo Instituto Nacional de meteorologia (Inmet) em 82 anos de medição. A média das temperaturas máximas foi de 31,9°C, 3,9°C acima da média climatológica para fevereiro, que é de 29°C. A média climatológica é um valor calculado para um período de 30 anos.
Em 28 dias de fevereiro de 2025, a temperatura máxima superou 30°C em 23 dias, sendo 12 deles com marcas iguais ou superiores a 33°C. O cálculo foi feito considerando as medições feitas pelo Inmet, de forma automática, na região do Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista.
El Niño e La Niña: transição indefinida
A transição do fenômeno El Niño para La Niña ainda não se consolidou. No início de 2025, havia sinais de resfriamento no Pacífico Equatorial, mas, nas últimas semanas, as águas voltaram a se aquecer na porção leste do oceano. Isso indica que a esperada desaceleração do aquecimento global por influência da La Niña pode não acontecer imediatamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário