terça-feira, 5 de março de 2024

“Foi tudo rápido demais”, conta mãe que perdeu filha de 17 anos para a dengue

Quando Keziane Mota dos Santos, de 17 anos, reclamou de dor nas costas cinco dias antes de morrer, a mãe dela não tinha ideia que o quadro de saúde da filha se tornaria grave em questão de dias. “Eu fiz uma massagem nas costas dela porque achei que era uma dor comum”, relembra Taiana dos Santos, de 35 anos. Os sintomas rapidamente evoluíram para febre alta, dores fortes de cabeça e vômitos. Três dias depois, ela foi entubada em uma unidade de terapia intensiva (UTI) e não voltou mais para casa.

Keziane nunca tinha tido dengue e levava uma vida comum em Feira de Santana, cidade onde morava com a família. Sua única alteração de saúde era o hipotireoidismo e ela tomava remédios para regular os hormônios produzidos pela tireóide.

Estudiosa, estava no terceiro ano do ensino médio e também fazia curso técnico de segurança do trabalho A vontade dela, no entanto, era ser psicóloga. Sonho que foi interrompido pelo agravamento da dengue. Taiana dos Santos conta que levou a filha em uma policlínica no primeiro dia de sintomas, onde foi medicada com analgésicos.

Fizeram um exame de sangue e não teve nenhuma alteração. Mas no dia seguinte ela piorou muito e voltamos ao médico. O hemograma já estava muito alterado”, relembra a mãe. Keziane foi internada com lesões na vesícula e no rim.

A rápida mudança no estado de saúde foi tão inesperada que a jovem não teve tempo sequer de processar as informações. Antes de ser entubada no Hospital Geral Clériston Andrade, a possibilidade de agravamento do caso fez com que Keziane tivesse crises de ansiedade.

“Nas nossas últimas conversas ela até dizia que estava bem, mas começou a ter muitas crises de ansiedade e foi medicada”, conta Taiane. À irmã mais velha, Keziane fez um pedido pouco antes de morrer: que ela cuidasse da mãe. A jovem morreu no dia 24 de fevereiro.

A relação entre Keziane e Taiane era especial. A filha do meio ajudava a mãe nos cuidados da caçula das três irmãs, que tem 1 ano. “Ela era minhas mãos e meus pés. Nós éramos muito apegadas. Eu trabalho cuidando de crianças em casa e, quando precisava sair, ela cuidava de todas direitinho”, lamenta Taiane.

Agora, a mãe busca forças para seguir em frente sem a filha que era, ao mesmo tempo, companhia e bálsamo. A filha mais velha de Taiane voltou a morar com a mãe para ajudar no trabalho e nos cuidados da bebê. “Estou pedindo forças a Deus e me apegando às minhas duas filhas para não me abater”, diz.

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