quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Aumento de casos chega a 100%, e cidades procuram por mais soro para tratamento

O presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Quinho Tigre, prefeito de Belo Campo, no sudoeste do estado, comenta sobre a falta de soro em algumas cidades. Segundo ele, Piripá, Jacaraci e Vitória da Conquista, que se encontram em situação de epidemia, estão com dificuldade para fazer a aquisição do produto usado no tratamento. “Isso tem relação com a lei da procura e da oferta nas distribuidoras. Quem estiver com dificuldade de compra poderá aderir à ata do estado”, diz.

De acordo com a infectologista Áurea Paste, coordenadora da residência de Infectologia do Instituto Couto Maia (Icom), não existe um tratamento específico para a dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti infectado. O tratamento é a hidratação via oral. Quando a pessoa não possui condição de se hidratar porque apresenta náusea e vômito, a hidratação é feita de forma venosa.

“O tratamento principal da dengue é a hidratação. Então, a falta de soro fisiológico, soro glicosado, que são soros de hidratação venosa, é preocupante. Um caso grave de dengue tem que usar soro para reidratar”, afirma.

Segundo a diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro, a Sesab já realizou uma compra de soro para garantir que todas as pessoas que necessitem do insumo dentro das unidades públicas de saúde sejam atendidas. “Não há falta de soro. O que precisa é que os municípios realizem o saque do soro, que é de responsabilidade municipal”, afirmou.

Aumento de casos

Somente em 2024, de 1º de janeiro até 24 de fevereiro, a Bahia registrou 16.771 casos prováveis de dengue. O número representa um aumento de cerca de 100% dos casos em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram notificados 8.408 casos. Os dados são da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

São diversos fatores que explicam o aumento do número de casos de dengue no estado, desde questões que envolvem mudanças climáticas à circulação de novos sorotipos. Quem afirma isso é a médica infectologista Áurea Paste, coordenadora da residência de Infectologia do Instituto Couto Maia (Icom).

Se as regiões estão mais quentes, com mais chuvas, há maior proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor responsável pela transmissão de dengue, zika e chikungunya. “Isso favorece o aumento da transmissão e o aumento do número de casos”, diz Paste.

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