terça-feira, 9 de agosto de 2022

Jovem decide rejeitar fortuna de R$ 21 bilhões da avó: 'Não fiz nada para receber'

A austríaca Marlene Engelhorn, 30 anos, decidiu rejeitar 90% de uma herança de 4,2 bilhões de euros (equivalente a R$ 21,9 bilhões) por acreditar que a renda pela qual não trabalhou não a faria feliz. Ela é estudante de literatura em Viena, descendente dos fundadores da Basf, empresa química multinacional com receita de 78 bilhões de euros, e integra a organização Milionários Pela Humanidade, grupo que defende que os super-ricos sejam "taxados da mesma forma que os trabalhadores".

Em entrevista ao jornal alemão Der Standard, Marlene contou que abriu mão de receber a herança da avó, Traudl Engelhorn-Vechiatto. "Quando o anúncio foi feito, eu percebi que não poderia ser realmente feliz. Pensei comigo mesma: Algo está errado", disse a mulher.

A jovem relatou ainda que a avó dela "deu uma liberdade enorme de fazer o que quisesse". A declaração projetou o nome da bilionária na imprensa internacional e ela concedeu outras entrevistas falando sobre taxar os mais ricos. "Essa não é uma questão de querer, mas uma questão de justiça. Eu não fiz nada para receber esta herança. Foi pura sorte na loteria do nascimento. Uma coincidência", afirmou em entrevista ao canal alemão Orf 2.

Ela também afirmou que ainda não sabe o que vai fazer com o dinheiro e chamou alguns atos de benevolência anunciados por "super ricos" como "neofeudalismo" disfarçado de caridade, já que eles, mesmo ao se desprenderem das suas riquezas, têm o poder de decidir para onde elas serão enviadas.

"A sociedade não tem que contar com o fato de que os milionários vão ser benevolentes. Troco ideias com outras pessoas, aprendendo o máximo que eu posso para ver o que funciona e o que não funciona. Para mim, o comprometimento com a justiça de impostos é muito importante, porque isso é que determina como a riqueza vai ser distribuída", disse.

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